domingo, 22 de janeiro de 2012

Um Vagabundo entre nós.



Baseado em  São Bento José Labre.

Um Errante por caminhos penosos, com os pés ora cheios de pó, ora por lama, mendigando a comunhão de cada dia. 
Viajava a pé por varias estradas, passo a passo, sem pousada certa procurando alguém que lhe desse abrigo e comunhão. 
Mas a cada casa que chegava era recebido com desprezo e negavam-lhe o pão e o vinho. 
Seu rosto hórrido e tosco aos padrões de Florença, não deixava transmitir nas pessoas obsequiosidade. 
E um cheiro repugnante de quem viaja por muito tempo sem banho que exalava de suas vestes repelia sua presença.
Alguns lhe davam de comer, mas ele distribuía para quem era mais pobre do que ele
Como se praticasse o ascetismo.
 
Seu lugar preferido de mendigar o afeto humano era nos suntuosos  Templos, Junto com a aurora estava lá, mas ninguém lhe falava por ser um mendigo sujo e mal trápilho. 
Outros o encaravam rispidamente como se pudessem o expulsar com uma cara feia. E se quisesse entrar lhe cerravam a porta em sua face, o que não lhe causava embaraço e logo começava a bater na porta. 
Porem envergonhava os Ministros por ter tanto vigor em manter-se em todas as liturgias durante o dia na escadaria. 
Mas ninguém queria um vagabundo, sujo, e pobre como ele dentro daqueles edifícios de mármore. 
Era alguém insociável que não andava segundo os costumes de conduta da sociedade. Mas como, poderia apenas tomar um simples banho se não tinha onde reclinar a cabeça.  
E sempre era repelido nos locais onde gostava de frequentar. De Roma, fez muitas peregrinações a Loreto, a São Nicolau de Bari, a Camaldoli, até mesmo a Einsiedeln, na Suíça, sempre a pé levando boas novas que ecoavam nos templos.Decrépito nômade, Com frequência pedia ao empregado dos ofícios divinos o privilégio de dormir a noite dentro da igreja. Muitas vezes isso lhe foi negado. 
Muitas vezes lembrava-se de quando era aceito nesses lugares .De fora olhava sua imagem pregada na parede, ou apenas os dois traços, que se cortam perpendicularmente formando uma Cruz Grega. 
E esse sinal o fazia ter forças para continuar, esperando alguém lhe abrir a porta e ouvir suas batidas nela. 
Mesmo vagabundo, entre aqueles a quem demostrava afeição.

               
 Claudio do Nascimento Souza







2 comentários:

  1. Mito bom! E eis que estou a porta (da igreja) e bato...

    Anja

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  2. Este relato me lembra a história do Senhor Jesus, pois até os dias de hoje bate à porta esperando que alguém a abra gostei muito.

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